sábado, 23 de fevereiro de 2008

Diário de bordo


Hoje vou escrever um pouco sobre uma das partes mais bonita do meu trabalho. Aliás, embora eu me arranje muito bem com burocracia, o que eu gosto mesmo é do trabalho na prática.
Muito bem. No último dia 21 tivemos que fazer uma missão na lagoa dos Patos. A missão consistia em Sair de Rio Grande (RS) e navegar até Pelotas (RS). Durante esse percurso iríamos fazer inspeções. Saímos às 08h30min e começamos navergar no canal de São José do Norte, coisa que não é nenhuma novidade pra nós. Daí, entramos no canal que nos levaria a Pelotas. É claro que chagar a Pelotas não seria muito dificultoso. Seria uma viagem de turismo se não tivéssemos que fazer o nosso trabalho. Com certeza, em duas horas chegaríamos a Pelotas, mas se fosse tão fácil assim , com certeza a palavra que designaria o nosso feito não seria "missão" e sim "viagem de lazer".
Pra começar, tínhamos uma geladeira com alguns produtos, e nenhum cozinheiro à bordo. Falar em bordo, fomo a bordo da velha e Querida Miragaia. Aliás, um espetáculo de embarcação. É claro que com um ar condicionado, e alguns outros itens , ela ficaria mais espetacular ainda. Seus dois motores "Volvo-Penta", dizendo tudo, tanto no barulho, quanto na potência. Aliás, há de se fazer uma ressalva ao tutor desses motores, Cabo Gessner.
Beleza, até aqui tudo bem, mas tínhamos fome. E, como eu já disse, não chegaríamos a Pelotas antes do entardecer. Levando em conta que em Pelotas tem um "McDonald", eu queria chegar era logo. Vamos á cozinha. Todo mundo se esquivando. E eu, com medo de comer alguma coisa que não tivesse pelo menos certeza que tinha sido bem feito. Adivinhem: fui eu pra cozinha que aliás, não é cozinha, é também a sala e um quarto. Pegamos um fogão portátil, de duas bocas, e, quando colocamos o gás, um botijão pequeno, daquele de Lampião antigo, e fomos acender, notamos que não tínhamos f´soforo ou algo parecido. E agora? mas nos mandaram lã de aço para lavar as panelas, e logo apareceu um Sr. Gênio, pegou aquela lã de aço, uma tomada de eletricidade, e pronto, lá estava o fogo aceso. Que bom, agora vamos ao rango. Assim que comecei, isto mesmo, comecei, a separar as coisas para o rango, descobrimos que o fogão tinha entupido a mangueira do gás. Que lástima. Pegamos um resto de fogão, aliás, esse fazia um barulho infernal, mas o fogo era de primeira. E aí coloquei o feijão para cozinhar. Peguei os condimentos (por condimentos, leia-se sal) e os temperos, que se resumia somente em cebola,alho e tomate, incrementei com umas outras coisas que tinha lá, tipo molho shoyo, molho de alho, edepois de fervido, coloquei no feijão com uns pedaços de charque que tinha ido nas "compras". Legal, depois, lavei o arroz, fiz um alho e sal (esse aí eu sabia que daria certo), e, por último, pegamos uns filés de peixe que tinha ido, misturei no mesmo molho já citado anteriormente, e coloquei pra fritura, saiu um primo bem longe de alguma coisa chamada muqueca. Depois, pagamos os tomates gaúchos e fizemos um tipo de salada só de tomate. Resultado: foi um banquete. Agradeci a Deus, juntamente com todos,adicionamos a um refrigerante pretinho, com rótulo vermelho que se chama "Coca-Cola", ficou uma "dilícia".

Bem, já era quase mais de 12:00, pegamos o bote inflável, descemos à água, colocamos o motor de popa, e lá fomos nós: Rubinei, o chefe da missão; Eu, o estreante; e o Goulart, um sujeito que nunca mais saberá se terá uma chance dessas novamente. zarpamos em direção ao nosso alvo: embarcações em condições irregulares. Abordamos, primeiramente, três embarcações, das quais duas, infelizmente estavam em desacordo com as normas. Digo infelizmente porque quando nós olhamos no rosoto daqueles pescadores simples, quem fica infeliz somos nós. Infelizmente nós e eles sabemos que a embarcação e os tripulantes têm que estar com todos os itens legais regularizados, mas sabemos também que eles vivem disso. E não nos sai da cabeça a expressão: "Tenho família pra alimentar". Agora não tenho dúvidas que um Policial Rodoviário Federal tem uma missão a cumprir. A situação é a mesma.
Tudo bem, nesse dia foram seis embarcações e três notificações. Já era quase 16:00h, e fomos à Pelotas. Chegamos por volta das 17:45h. Colocamos o nosso "Castelo Flutuante" no porto. Fomos cuidar da logísitica, procurar um lugar para tomar banho e tentar fechar os castelo antes de dormir para que os mosquitos, aliás, cachorros voadores", invadisse. Tomados banho, e devidamente alojados, é hora do ocaso. É lógico que ficamos até umas tantas contando histórias e experiências de vida, mas estávamos cansado. Lembro-me de ter colocado o fone de ouvido pra ouvir umas músicas, não sei se consegui ouvir duas.
Dia seguinte, vamos providenciar um desjejum e um isqueiro para acender o fogão. Pegamos os queijo e presunto, o resto do pão que sobrou do dia anterior e, lá vamos nós. Quando eu olha a geladeira vejo a grande notícia: acabou a coca-cola. Fizemos aquela famosa vaquinha, cada uma dá uma merreca, e vamos comprar. Aproveitemos e vamos trazer mais pão. Pronto, agora tudo abstecido para o nosso segundo dia. Vamos continuar a nossa inspeção: desce bote inflável, coloca motor de popa, pega rádio comunicador, pega a pasta de notificação, etc. Vamos nós. Sentido Canal de São Gonçalo. E, logo de primeira, pegamos uma embarcação irregular, o sujeito tentou se esquivar, e resultado: notificado. Descemos mais um pouco, e encontramos um casal da terceira idade, em uma embarcação aparentemente simples, encostamos e pedimos o documento. O dono da embarcação, com aquela paciência e experiência que só as pessoas que adquiriram essa maturidade com idade tem, nos recebe e diz: "Olhe meus filhos, eu ainda não tenho o documento, já dei entrada no registro, mas ainda não fui completar o processo. Foi bom vocês terem vindo, só assim eu termino". E em seguida nos convidou pra entrar. Que casal simpático, e, como eu disse, a embarcação só tinha jeito de simples, pois aquele casal, deu um jeito de aquela embarcação ficar tão aconchegante, e bem arrumada por dentro que nos deu vontade de não sair de lá. Foram simpaticíssimos ao extremo (Se é que isso não é redundante). Mesmo assim, foram notificados. Na subida, vimos um monte de Brigadianos (ou Brigadinos)em um cais com uma embarcação, fomos lá e: bingo. É o caso de estar no lugar certo na hora certa. Eram pescadores fazendo pesca de arrasto, o que é proibido. Resultado, além de eles serem presos nós ainda os notificamos e fomos elogiado pela Brigada e repórteres que lá estavam.
Pronto, acho que a nossa presença naquela área levou tudo à normalidade pelo menos até a nossa próxima ida. É claro que não deu para inspecinarmos todos, mas o que fizemos já deu para carimbar o propósito da Marinha e da Capitania dos Portos do Rio Grande do Sul: Salvaguarda da Vida-humana no mar.
Agora é hora de voltar. Regressamos ao "Castelo Flutuante", chegando lá o "Mestre Brito", apelido carinhoso pelo qual é chamado o Sargento Brito, estava fazendo a fritura de umas coxas de frango, com um arroz que estava 'na manha', juntamente com um marvilhoso feijão. É claro que foi repetida a salada para que o tomate não se perdesse. Juntamos com o combutível chamado "Coca-cola", paramos para agradecer a Deus, dessa vez com o Cabo Risso, o nosso "motorista", e pronto: um novo banquete.
por volta das 13:40h, voltamos a Rio Grande, e onde passávamos, todos os que estavam pegando um sol ou simplesmente com sua varinha de pescar, acenavam para nós. Ficamos felizes e satisfeitos com o gosto do dever cumprido. Se não fosse um dos motores ter sido desligado por um probleminha, chegaríamos por volta das 16:30h em nosso destino final. Mas, por volta das 17:17h, finalmente chegamso à CPRS.
Dessa aventura participaram: Rubinei, Eu, Brito, Risso, Héric e Goulart.
Até a próxima.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Amor


Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada. Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável.

Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável. Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos. Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto. Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade.

Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas. Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém". (John Lennon)

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Lavra


Lavra
A palavra
eterniza-se grafada
com pena de tinta
perpétua no papel
emoldurado pela emoção

Ela marca
feito cheiro do real
extrai a lágrima
nascida da fonte instantânea
e fértil de cada um

Ela canta
por línguas descansadas
instrumentos afinados
seus sons ao vento
bocas e ouvidos

Ela saltita
em livros dispostos
páginas ricas
sabedoria ao alcance
de todos

Ela concebe
a vida
o existir
o tudo em
oposição ao
nada

Carlos Galeno - Lamparina

Esta é uma homenagem a um amigo.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Recomeçando

Olá, depois de tanto tempo, resolvi colocar mais algumas besteiras aqui.
Demorei pra escrever, não que eu não goste, mas que, às vezes, dá um tédio. E pra falar a verdade, eu gosto mais de falar a escrever. Mas tudo bem, vamos às notícias:

Nos últimos seis meses minha vida não mudou nada, quer dizer, quase nada. Durante esse tempo que fiquei sem escrever, algumas novidades boas e outras ruins aconteceram. Eu não sei se começo pela boa ou pela ruim. Acho que vou mesclar.

Uma coisa boa (talvez) - eu e milhões de famigerados brasilianos não pagam mais CPMF. Eu não sei se essa notícia é boa ou ruim. Hoje, vendo o Bom dia Brasil eu cheguei à conclusão que não sou nem situação nem oposição. Agora, eles tem uma desculpa esfarrapada pra piorar o que já é péssimo, a saúde e, de quebra, ainda vão colocar a culpa uns nos outros. Eu fico triste todo dia, quando passo em frente a um Posto de Saúde, acho que é esse o nome, de uma cidade como a que eu moro e vejo pessoas esperando em uma fila apenas por uma ficha. E isto não é garantia de atendimento. E olha que esse ano eu ainda não passei lá, passei o ano passado quando tinha a tal da CPMF. E quando eu voltava do trabalho, a fila já estava começando, e isso era 17:00h.

Agora uma coisa ruim (ou boa) - Descobri hoje que vou pagar mais IOF. Mas que diabos é essa tal de IOF? Fui lembrado pela Miriam Leitão que toda transação que fazemos com o banco, tipo financiamento, seguros, etc, é cobrado o tal de IOF, Fiquei Feliz, não ando transando (Ou fazendo transação) no banco. Só que eu sou refém do tal de CC, abreviatura para aquele cheiro fétido no suvaco ou também para o Cartão de crédito. Ah meu Deus! então quer dizer que eu não me livrei da tal de CPMF? Acho que não. Mas também tem uma tal de CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido), que eu desconhecia até hoje. É o tal do Imposto de Renda dos Bancos. Então voltei a sorrir, enfim pegaram também os tubarões. Como felicidade de pobre dura pouco, descobri que os Bancos vão descontar isso em tarifas. Quer dizer: me dei mal de novo. Acho que vou parar por aqui com esse assunto, pois vou acabar quebrando o pobre do teclado que não tem nada com isso.

Outras notícias:
Natal foi legal. Pensei que seria mais um, mas com certeza foi o primeiro natal que eu passei com pessoas novas. Pessoas das quais, tenho certeza não esquecerei jamais. Redescobri uma coisa que eu tinha esquecido a muito tempo: amigo secreto. Já tinha desacostumado com esse nome. Como morei por 16 anos no Rio, acabei trocando o Amigo Secreto pelo Amigo Oculto. Não me iludo com o nome, isso é igual gripe, cada ano tem um nome diferente mas o princípio é o mesmo, e como diz um amigo meu, "eu ainda descubro o nome da mãe do safado que inventou isso". Tudo bem que tinha que ser uma coisa só pra descontrair, de apenas R$ 2,39, mas eu deixei Sandra comprar os presentes, resultado: R$ 2,39 foi só o que ela trouxe de troco na carteira. Deixa pra lá.

O ano novo, como todos os anos, eu passei na igreja. Pensei que seria um programa de índio, mas foi até legal. Como eu não tenho família aqui, fui me juntar a outras famílias. O que eu encontrei lá foi um monte de pessoas do Rio, com o mesmo problemas que eu, e muita comida. Enchi a pança e ainda me diverti. Só senti saudades dos gaúchos. Só havia três nativos, o resto eram todos os desgarrados de outros estados.


Bem, ontem eu recebi um recadinho de uma amiga que eu gosto muito de uma coisinha meio desagradável. Fiquei chateado mas já passou. Tem pessoas que não sabem viver sem mexer na vida dos outros. Tudo bem, acabei de esquecer de novo.

Tenho um grande deserto pra atravessar neste ano, se consegui, com certeza, entrarei em um oásis.

Por hoje chega. Prometo que não escreverei todo dia, mas serei mais frequente.

vou colocar também, aqui, alguns links de coisas que eu ache interessante.

Abraços a Todos os meus leitores, que são poucos.

Robson Carlos.