quarta-feira, 28 de março de 2007

Correios.

Oi, hoje eu queria contar uma história pela qual eu passei, mas não estava mais acostumado.
Eu sempre fui meio nostálgico, sempre gostei muito da mística que envolve uma carta. Desde o selo ao envelope. Então se forem aquele com as bordas verdes e amarelas com uma frase escrita no canto inferior esquerdo "Via aérea por avion", então eu ficava mais eufórico ainda. Como eu era bem novinho naquela época, só a expectativa que uma coisa que eu escrevi poderia andar de avião... isso me encantava. Sinceramente, naquela época eu já era meio babaca. E então quando eu recebia uma carta, caramba! Era como se ela falasse. E eu não lembro ter recebido muitas, mas me recordo que recebi. Como era legal.
O tempo passou, e as cartas que eu recebia começaram a mudar de texto e de contexto. O que era para mim romantismo, passou a virar problema. Quando não vinha com uma pequena duplicata dentro, geralmente era reclamando do não pagamento dela. E assim foi, fui me desiludindo, como uma paixão que vira rotina e se acaba.
Hoje, dificilmente consigo ver os envelopes de bordas verdes, eles agora são totalmente brancos, timbrados com o nome de alguma empresa. E geralmente essas empresas tem os nomes mais ou menos assim: "Alguém & Associados". Sinto falta dos correios antigos.
Agora, falando ainda dos Correios, outro dia tive que mandar uma encomenda pra um amigo no Rio, seria um SEDEX, nome bonito que também tem como substantivo, pressa. Peguei uma fila, coisa que pra mim já é quase rotina, e passei a observar as pessoas que estavam em minha frente e as que estavam atrás. Na minha frente tinha um cara cabeludo, que não se sabia a cor da pele, de tanta tatuagem, falando que a melhor coisa do mundo era o "Inter", logo atrás, um outro, não menos cabeludo, mas com menos tatuagens, falando do "Grêmio", e eu, Flamenguista, quase sem cabelo e sem nenhuma tatuagem tomando aquele banho de cuspe da accirrada discussão entre ambos, e pedindo a Deus que eles não resolvessem entrar para as vias de fato, pois, com certeza, sobraria pra. A propósito, eu falei que não entendia de futebol, acho que eles saíram pensando que eu era boiola, mas na verdade eu estava com medo mesmo.
Bem à frente da fila, e com certeza para trás também, tinham uns velhinhos, de ambos os sexos, com as mãos cheias de cartelas. Como sou curioso, tentei entender que tantos papeis eles tinham e descobri, pra minha surpresa, que eram cartelas de Tele-sena. E eu olhava mais à frente ainda, e mais pessoas com as mesmas malditas cartelas. E o pior, quando chegavam finalmente ao atendente, contavam centavinhos por centavinhos dos rendimentos daqueles papéis, se é que podemos dizer que uma coisa que se compra por um preço e se vende por bem menos é rendimento.
Como falei em atendente, vamos lá: Esses são um caso a parte. Eles faziam questão de falar do "Alemão". Uma coroa, dizia que o cara era lindo para um outro atendente de masculinidade duvidosa, enquanto a velhinha continuava contando as moedas. Sabe como são alguns funcionários públicos, não em sua maioria, mas alguns. No digo mais nada.
Finalmente cheguei à atendente, expus meu problema a ela, e ela simplesmente me respondeu, esse caixa aqui não envia SEDEX não. No mesmo momento eu descobri que uma agência dos correios não tinha mais a finalidade que eu esperava. Ela me contou que Aquele caixa era para pagamento, recebimento de contas, saques e recebimento da famigerada tele-sena. Perguntei se ela era funcionária pública concursada pelos correios e, pra minha surpresa ela respondeu afirmativo. Tive a curiosidade de olhar o crachá, o que provou a veracidade.
Finalmente cheguei no caixa onde deveria enviar o SEDEX e fiquei pasmo, além de virar uma agência bancária, também pratica-se ali a exploração ao cidadão comum.
Por razões óbvias acabei decidindo por mandar uma encomenda comum.
Mais um problema, fui enviado a outro caixa, que tinha uma outra fila, que tinha outros gremistas, outros colorados e dezenas e dezenas de pessoas com as mãos cheias de tele-senas...
Por hoje chega.
Saudades da minha amiga Ana Paula que ligou pra mim hoje. Também estou com saudades.
Robson.

2 comentários:

Marti disse...

As aventuras de Robson no mundo dos correios... AHUahuaUHauhhua! Minha mãe vive nas agências de correios mandando coisas pra minha irmã que mora na Noruega, se precisar de informações, pode falar que eu peço a ela!

Anônimo disse...

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